Tendo como base a proposta da Campanha da Fraternidade de 2007 – “Vida e missão neste chão”, o vereador Flávio Cheker realizou audiência pública, no dia 23 de abril, no plenário da Câmara Municipal, onde enfatizou, além dos desafios em defesa e preservação da Amazônia, também as principais questões ambientais de Juiz de Fora. Foram apresentados e discutidos problemas relacionados ao presente e ao futuro da cidade, assim como a situação dos catadores de papel e população de rua, as questões sobre o Projeto Plantação e sobre o passivo ambiental do Morro do Alemão, além de empreendimentos habitacionais que possam comprometer o meio em que vivemos.
No debate em plenário, que contou com a participação significativa de várias entidades que fazem coro à Campanha da Fraternidade, Flávio Cheker propôs reflexão sobre as intervenções diretas de cada um de nós sobre o destino do planeta. Remeteu o tema nacional para a realidade local, fazendo um chamamento sobre as sérias ameaças (resultantes das atividades do homem sobre a Terra), que podem levar à perda irreparável de inestimáveis riquezas humanas e culturais em todas as regiões. Ele tangenciou que o grau de empenho para a resolução dos problemas passa, tanto pela ação dos cidadãos, quanto, principalmente, pelas ações do Poder Público.
O debate propôs a sensibilização das pessoas para um convívio mais equilibrado entre interesses econômicos e a defesa dos aspectos ecológicos, com abordagem dos compromissos e das conseqüências geradas pelos processos de transformação dos recursos naturais. A depredação ambiental local mostrou a real necessidade de mudança de atos e posturas da população, bem como a urgente intervenção a ser realizada através de políticas públicas. Concluiu-se que estas deverão propor sugestões e soluções, visando atender aos interesses coletivos e à defesa do direito a um meio ambiente saudável e ao desenvolvimento com sustentabilidade em nossa cidade.
Temas polêmicos foram abordados durante a audiência pública, como a construção de um condomínio próximo a uma reserva de Mata Atlântica remanescente na cidade, assim como a situação dos catadores de papel que, apesar de desenvolverem importante trabalho de reciclagem de lixo, se sentem excluídos da sociedade, (a mesma a qual prestam relevantes serviços). Foram feitas cobranças e prestados esclarecimentos sobre os destinos do Projeto Plantação, que enriqueceram a discussão.
Para o vereador, o encontro foi uma provocação positiva à sociedade, alertando para a importância da questão ambiental, os problemas gerais que afligem a humanidade e o país, e também para as questões que afetam o nosso cotidiano, em uma esfera local. “Preservar a vida que se manifesta com tanta exuberância na Amazônia e garantir a cidadania da população são deveres e grandes desafios para toda a sociedade, mas a realidade de Juiz de Fora precisa ter foco, políticas públicas adequadas e luminosidade e não pode ser relegada ao esquecimento e ao descaso dos Poderes constituídos”, enfatizou.
A audiência pública conferiu um norte para algumas questões pontuais, e, apesar dos diferentes pontos de vista apresentados, o debate mostrou caráter democrático e respeitoso durante sua realização. Participaram entidades, instituições e pessoas envolvidas direta ou indiretamente na defesa do meio ambiente, além de colaboradores e autoridades responsáveis pela área ambiental no Executivo e Legislativo Municipal.
Entre os participantes: As professoras Denise Vieira Franco e Zuleika Beatriz Gomes Nocelli, o superintendente da Agenda-JF, Noraldino Dias Júnior; Padre Luís Carlos de Paulo, representando o Arcebispo Dom Eurico dos Santos Veloso; Oswaldo Luís F. de Andrade, representando a Amac; Júlio César Correa de Mello, do Fórum da População de Rua; Wiliam Dias, coordenador da Campanha da Fraternidade da Arquidiocese de Juiz de Fora; Pedro Ribeiro de Oliveira, assessor do Fórum em Defesa da Água e da Terra; Elizabeth César Costa, do Comitê de Cidadania; Theodoro Guerra, da Ama-JF.
E ainda: Maria Goretti Simões, da Encubadora de Cooperativas Populares da UFJF; Maristela Ferreira Gomes, da Cáritas Arquidiocesana; Maria Geralda Correa, do Conselho Laicato do Brasil; Ana Maria Ribeiro Coimbra, da Renovação Cristã; Késia P. Antunes Maurício, do Hemominas; Lindomar José da Silva, secretário geral do CDDH; Padre Ravi Ramos, da Paróquia de São Francisco de Paulo (bairro Torreões) e Luiz Otávio, do Ibama.