A Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) divulgou nessa quarta-feira, 5, o balanço da abordagem especial realizada na região central da cidade. A ação, promovida pela Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), com o apoio da Secretaria de Saúde, foi realizada nos dias 28, 29 e 30 de janeiro e teve como objetivo diagnosticar os motivos da grande concentração de cidadãos em situação de rua no entorno do Núcleo Cidadão de Rua.
Durante os três dias de trabalho, uma assistente social do Núcleo Cidadão de Rua, um abordador do Centro POP e uma técnica do Consultório na Rua percorreram as ruas José Calil Ahouag, Oswaldo Veloso, Francisco Maia e Avenida dos Andradas, além do Mergulhão, Praça do Riachuelo e Praça dos Três Poderes. “Nos últimos meses, notamos um aumento na concentração de pessoas nessas áreas. Nosso objetivo foi percorrer esses locais e diagnosticar o porquê disso. O próximo passo será traçar metas e estratégias para tentar minimizar a situação”, explicou a coordenadora executiva dos serviços de População de Rua da Amac, Maria Cláudia Dutra.
Dos 72 cidadãos em situação de rua abordados, mais da metade disse ter escolhido o local para permanência pela proximidade da rede de atendimento (31) e pela facilidade do uso de álcool e drogas (28). Mas, apesar disso, apenas quatro disseram que, para sair das ruas, necessitam de um tratamento para parar de usar drogas. Sobre o sexo e a idade dos abordados, 61 são homens e 11 são mulheres, sendo a maioria com idades entre 18 e 40 anos.
Ainda de acordo com o levantamento, 44 não trabalham e 33 disseram que conseguir um emprego seria o fator principal para tirá-los das ruas. Um dos dados mais interessantes é que 55 pessoas possuem referência de moradia. “Apesar de muitos terem uma referência, muitas vezes o convívio familiar está comprometido, por isso, sequer retornam para casa. Iremos estudar caso a caso para conhecer a real situação de cada um”, ratificou Maria Cláudia.
Do total de abordados, apenas sete aceitaram ser encaminhados para a rede de atendimento da Secretaria de Assistência Social.
“A construção de indicadores que balizem o trabalho social, bem como o conhecimento aprofundado da realidade de cada um dos cidadãos em situação de rua, é uma condição fundamental para um trabalho eficiente e correto por parte do poder público. O município hoje possui uma política que tem sido implementada progressivamente, e nessa política é fundamental a criação de um vínculo com a pessoa que está em situação de rua. Nós sabemos que a constituição brasileira assegura a permanência nas ruas. É fundamental, no entanto, que não haja nenhum tipo de conflito com a legislação em vigor muito menos que o cidadão permaneça nessas condições por desconhecimento dos serviços que a municipalidade tem a lhe oferecer”, observou o Secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker.