Para otimizar os serviços de urgência médica, o vereador Flávio Cheker e o Pastor Carlos Bonifácio realizaram audiência pública, no dia 10 de janeiro, abrindo discussão sobre o atendimento prestado pelo SAMU (192), Resgate (193) e Polícia Militar (190). A solicitação foi feita após o registro de diversas reclamações de usuários. Estes questionaram o grau de eficiência e agilidade desses setores, principalmente porque as “chamadas” normalmente são realizadas em momentos de grande vulnerabilidade e instabilidade emocional, e as respostas obtidas não têm sido satisfatórias.
Foram apontados problemas, sobretudo pelos líderes comunitários da Zona Norte, que reclamaram da demora no deslocamento de viaturas e a dificuldade de atendimento para pacientes psiquiátricos em surto. Cheker propôs o uso da Policlínica de Benfica como um posto fixo do Samu para atendimento exclusivo nesta região. A idéia é viabilizar seu funcionamento imediato, garantindo a continuidade através da reposição das ambulâncias.
Além disto, foram levantadas indagações quanto aos critérios que permitem o uso de equipamentos como giroflex e sirenes, já que por vezes, tem-se a impressão que motoristas se utilizam inadequadamente do sistema. Mesmo reconhecendo o alto grau de eficiência do sistema, Flávio Cheker defendeu a capacitação específica para motoristas, através de cursos de aperfeiçoamento, e alertou para a necessidade de as autoridades providenciarem o pedido de novas viaturas ao Governo Federal, antecipando o sucateamento e reposição das mesmas.
A comunidade se mostrou constrangida ao ter que se identificar em telefonemas, nos quais preferiam que as denúncias fossem anônimas, já que temem represálias e ameaças. Isto porque, segundo afirmaram, além da demora no atendimento do 190, alguns policiais chegam ao local da ocorrência identificando as pessoas responsáveis pelos chamados. Entretanto, representantes da Secretaria de Saúde salientaram a importância da identificação e apontaram os trotes como os principais entraves dos serviços. Em 2007, esses representaram 39% das quase 169 mil chamadas que chegaram ao Samu. Para filtrar este tipo de ocorrência, os atendentes fazem uma série de perguntas, que também ajudam a definir o tipo de viatura a ser empregado.
Para tentar resolver parte deste problema, durante a audiência, foi sugerido que o Poder Público desenvolva campanhas de conscientização e educação sobre o correto acionamento dos serviços. Há equívocos da população em relação a quem chamar em momentos de emergência. Sendo que o atendimento a pacientes psiquiátricos em crise foi outro fator que gerou polêmica. Para o vereador Flávio Cheker a cultura brasileira trata casos psiquiátricos como se fossem responsabilidade da Polícia e defende a necessidade de uma política definida para paciente com surto. “Isso tem que ser mais definido, normatizado”, sugeriu o vereador, para quem a capacitação dos profissionais já promoveria uma otimização nos atendimentos de urgência e emergência.