Proposição: | REQ – Requerimento Projeto: 0138 / 1997
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Requerimento nº 0138 / 1997
Sr. Presidente
Srs. Vereadores,
Requeiro à Mesa, ouvido o Plenário, que seja requerido à Comissão Permanente Técnico-Cultural do IPPLAN-JF, processo administrativo para declaração de interesse cultural do Cinema Excelsior, com fulcro nos Artigos 8º, inciso IV, e 20 da Lei nº 7282.
Fundamenta-se o presente Requerimento na necessidade imperiosa de preservação dos espaços culturais da cidade de Juiz de Fora.
Todos os que aqui nasceram, ou que para cá vieram, e aqui trabalham, se divertem e estudam, enfim, todos os que aqui vivem, têm nos cinemas da cidade – e particularmente no Cinema Excelsior – uma referência, pessoal, afetiva, mas também cultural, social, seja na lembrança das matinês dominicais, no namoro da adolescência ou não na visão presente das películas ali exibidas.
Deixar morrer o Cinema Excelsior é deixar morrer um pouco da identidade de cada um de nossos cidadãos e condenar a coletividade a viver com menos raízes.
Porque, certamente, uma cidade mais humana, menos violenta, mais feliz e melhor para todos, se faz também e essencialmente quando são preservados os bens que são agentes de identificação para os seus membros.
Reconhecido como uma das melhores salas de projeção da cidade, o Cinema Excelsior não pode ser condenado – não com o aval e o silêncio das autoridades constituídas – a ter o mesmo o melancólico destino de outro irmão, o Cinema Pálace, que hoje apodrece em solidão, fechadas há dez anos as suas portas e fechadas, também, com eles, partes de nossas possibilidades de lazer e diversão sadios e ainda acessíveis!
Há que se considerar, também que, dadas as peculiaridades de construção e de localização do imóvel, bem como a área urbana onde se insere, predispõem o seu uso para as atividades culturais, de natureza artística, onde o afluxo de grande número de pessoas não tumulto ou gera riscos, o que eventos de outra natureza poderiam gerar.
Preservar o Cinema Excelsior é resgatar um dos tradicionais espaços de nossas cidades, parte da história, da arte e da cultura de nossa gente.
Palácio Barbosa Lima, 30 de abril de 1997.
Flávio Cheker
– Vereador