Nesta segunda-feira, 25, a Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), em parceria com o Governo do estado, deu início à segunda turma do projeto “Com Licença, Vou à Luta”. A aula inaugural contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker, que, ao lado dos demais parceiros do projeto, motivou as 24 mulheres que terão a oportunidade de fazer o curso de confeitaria. O público-alvo é formado por egressas do sistema prisional, participantes do Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp) e por moradoras do Bairro Vila Olavo Costa, na faixa etária acima de 18 anos.
A primeira aula aconteceu na distribuidora Dispropan, onde toda a parte prática do curso será ministrada, em paralelo com capacitações na sede do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Sudeste Olavo Costa. As mulheres começaram as atividades assistindo a vídeos da primeira turma – cuja formatura aconteceu no início do mês – que serviu de inspiração para o início desse novo ciclo. Em seguida, elas conheceram as instalações das cozinhas e já puderam aprender sobre normas de funcionamento e técnicas iniciais.
“Para nós é uma satisfação muito grande a realização desta segunda turma. Vemos as experiências que deram tão certo na primeira turma e, mesmo sendo um projeto de parceria da SDS com o Governo do estado – que tem prazo para acabar – estamos avaliando a possibilidade de estender essa iniciativa, viabilizando mais turmas para o futuro. É uma chance muito grande para o empreendedorismo pessoal, para que elas sejam donas do próprio negócio, como aconteceu com muitas mulheres da outra turma. Mesmo com alguma dificuldade, elas não podem desanimar”, afirmou Flávio Cheker.
A frase do escritor Roberto Shinyashiki, que está estampada no banner do projeto, é um dos lemas da turma: “Tudo que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”. E isso elas têm de sobra. “As mulheres costumam chegar assustadas, porque têm uma ideia de que o chef de cozinha é rígido, mas aqui nós mostramos que elas podem contar com a gente. Muitas mulheres da outra turma já estão empregadas, e esperamos, mais uma vez, um grande sucesso”, destacou o chef Alexandre Soares, técnico da Dispropan, que vai ministrar as aulas práticas.
Uma vida na cozinha
Luzia de Fátima, uma das novas alunas do curso, aguardava ansiosa para começar as aulas: “Conheci o projeto por causa da minha cunhada, que se formou agora em agosto, e hoje já vende bolos para fora. Já me entusiasmei quando ouvi sobre o curso. Esperei muito por essa vaga”. Por outro lado, existem mulheres que já têm certa experiência na cozinha e, agora, querem se profissionalizar. “Já sou cozinheira, mas sempre tive vontade de aprender mais. Meu foco agora é na produção de bolos e doces”, apontou a aluna Maria Cecília Diógenes.
Uma alteração para essa segunda turma é o tempo das aulas, que terão duração de quatro horas. “Na última turma, as alunas tiveram muito interesse em receitas diferentes, como a do brownie. Agora, teremos mais tempo para trabalhar dentro da cozinha”, comentou Alexandre.
O projeto
O “Com Licença, Vou à Luta” é voltado para mulheres de baixa escolaridade, em situação de vulnerabilidade, com o objetivo de oportunizar o ingresso no mercado de trabalho com qualidade e espírito empreendedor. O projeto está incluído no “Plano de Ações Integradas” na Vila Olavo Costa e no “JF+Vida – Plano Municipal Integrado sobre Crack, Álcool e Outras Drogas”.
A iniciativa compreende três módulos: formação para a cidadania, qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho e elevação de escolaridade. O projeto ainda conta com a parceria do bistrô Savoir-Faire.