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Populações de rua: seus direitos, nossos deveres
Confira na íntegra o artigo publicado pelo vereador Flávio Cheker na edição desta segunda (26).
“O jornal Ter Notícias, em sua edição da última terça-feira (20), aborda uma temática de significativa importância para Juiz de Fora. Em diversos pontos da cidade, homens e mulheres, e mesmo famílias, têm feito das ruas seus lares. Numa abordagem ao mesmo tempo objetiva e sensível, a publicação ressalta as dificuldades vividas por esta parcela da população, vítima não apenas das adversidades das circunstâncias, mas também, em diversas vezes, incompreendida em sua situação.
De fato, o debate sobre as populações de rua requer esta perspectiva simultaneamente séria e acolhedora. Em primeiro lugar, é essencial ter em vista que aquela condição não é fruto de uma escolha pessoal. Na grande maioria dos casos, a opção pelas ruas se dá em função de problemas familiares e econômicos. Em outros, trata-se de pessoas que necessitam de acompanhamento médico-psiquiátrico. Seja qual for a situação, as respostas para a questão só são alcançadas quando se aposta em políticas públicas que compreendem esta realidade, e se desenvolvem em função da promoção da dignidade humana.
Como vereador de Juiz de Fora e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara, temos insistentemente procurado incentivar o debate e promover ações em favor das populações de rua, encontrando na sociedade civil, particularmente no Fórum Permanente de Direitos Humanos (Fórum DH-JF), um indispensável protagonista.
Acreditamos que as respostas devem voltar-se para dois aspectos. Primeiro, é preciso atender às demandas básicas desta população, em particular garantindo o direito a uma alimentação digna. Nesse sentido, a implementação do Restaurante Popular (e consequentemente do Banco de Alimentos) é urgente. Segundo, estas pessoas também têm direito ao trabalho. Por isso apoiamos iniciativas de capacitação profissional, potencial geradora de emprego e renda.
Trata-se de ações que hoje dependem fundamentalmente da boa vontade do Executivo. Na Câmara e junto a sociedade, temos cobrado a implementação destas políticas. Contudo, sabemos que cada cidadã e cidadão de Juiz de Fora tem muito a contribuir. Somente quando todos nós estivermos ao lado das populações de rua, estendendo para elas um olhar de cuidado e atenção, estas poderão finalmente encontrar um caminho do qual sejam sujeito, trilhado sob os marcos da dignidade humana.”
