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O CAOS DA SAÚDE PÚBLICA: “PORTA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA PRECISA SER ALARGADA”
“Precisamos de intervenção concreta já. O Prefeito assumiu sabendo da situação grave do sistema público de saúde, mas até o momento não lançou um projeto de impacto. A situação foi tocada apenas gerencialmente”. A avaliação do vereador Flávio Cheker revela a premência de iniciativas para melhorar as condições de saúde do município.
“O problema não é a cirurgia cardíaca de altíssimo custo. Para essa a demanda é atendida. O problema é a ponta final do sistema, que é a porta de entrada dos postos de saúde. É o cidadão que chega febril. Parodiando a famosa frase do governo federal “quem tem fome tem pressa”, poderíamos dizer que quem tem febre tem pressa. A porta de entrada do sistema não é larga o suficiente para atender a demanda”, avalia.
Para “alargar a porta da atenção primária”, Flávio considera fundamental adequar a rede de assistência. Interessado em conhecer as ações que a Prefeitura pretende adotar nessa direção, o vereador convocou, para o próximo dia 23, uma audiência pública para discutir as condições, na cidade, de uma importante estratégia desse nível de atendimento: o Programa Saúde da Família. A proposta é debater os resultados e as deficiências do programa e, em especial, as condições e direitos trabalhistas das equipes profissionais, principalmente, dos médicos.
O vereador também defende a necessidade de ampliar a rede de atendimento e o quadro de profissionais. Ele aguarda o retorno da secretária de saúde a vários questionamentos sobre providências que podem ser adotadas para minimizar esses problemas, realizados em reunião ocorrida na Câmara dia 28 de maio, que teve de ser interrompida.
Sobre as condições estruturais, o vereador quer saber quantas das 12 regiões sanitárias do município já atingiram a situação adequada de atendimento. Inquire ainda quantas estão sendo contempladas no orçamento de 2010 e quantas receberão recursos em 2011. Em relação ao atendimento de urgência e emergência, o vereador questiona quando será aberto o CAPs 24 horas destinado para esse fim.
Com relação à ampliação do quadro técnico, Cheker pergunta qual a previsão de realização de processo seletivo para a reposição de profissionais e de concurso público para médicos. Ciente de que os baixos salários são uma grande queixa dos profissionais da área, solicita também informações sobre a implementação do plano de cargos e salários para a categoria.
Flávio considera indispensável retomar as questões, tendo em vista que a explanação da secretária centrou-se apenas nas ações de médio e longo prazo. “O gargalo é o curto prazo. É o senhor que me aborda desesperado para conseguir uma cirurgia de catarata, dizendo que já perdeu uma vista e está prestes a perder a outra”, reiterou, fazendo referência a um caso concreto presenciado por ele essa semana.
