“Trabalhar sob tensão, em contexto de violência, atuar em bolsões de pobreza e os baixos salários pagos, que obrigam o professor a cumprir várias jornadas de trabalho, podem ser as causas para o grande número de professores afastados sob licença médica”. A afirmação foi feita pelo coordenador do Sinpro (Sindicato dos Professores), Roberto Cupolillo, durante audiência pública, do dia 20 de junho, convocada pelo vereador Flávio Cheker, para debater as contratações, efetivações e condições de trabalho dos profissionais da rede pública de ensino.
Assinalando os apontamentos como preocupantes, o vereador Flávio Cheker propôs comissão especial para tratar destas e outras questões relacionadas aos professores municipais e, também, como forma de abrir negociação entre o Executivo e a categoria (tendo a Câmara como intermediária), para buscar melhores condições de trabalho para a categoria.
Aguardando estabilidade através da efetivação, os profissionais do magistério municipal querem a revisão dos processos e contratos, bem como mais transparência nas informações repassadas pelo Executivo. O temor dos professores é de que a validade do concurso realizado, e já prorrogado, acabe se expirando, impedindo novas contratações. De acordo com a chefe do Departamento de Administração da Secretaria de Educação, Nivalda Hudson, a Prefeitura tem conseguido manter um número “razoável” de efetivações, tendo criado 824 vagas para que os professores concursados fossem efetivados, mas ainda existem 1482 profissionais esperando na fila.
Para diagnosticar com mais precisão as raízes do problema, o grupo especial sugerido por Flávio Cheker deverá ser formado por integrantes da Comissão de Educação do Legislativo (e presidida por Flávio), representantes do Executivo e do Sindicato dos Professores (Sinpro). Todos reconheceram que as questões abordadas são complexas e que os professores devam ter melhores salários e melhores condições de trabalho. Entretanto, apontaram as limitações financeiras da Prefeitura como dificuldades a serem enfrentadas pela categoria.
Cheker ressaltou que a sobrecarga e as condições do exercício do magistério precisam ser analisadas profundamente, para que os professores possam contar com um ambiente de trabalho seguro e com o apoio de outros profissionais, como assistentes sociais e psicólogos, para dar suporte às famílias e aos alunos.