“A singularidade dos jornais da Carriço Filme reside, além do fato de terem sido feitos fora de São Paulo e Rio de Janeiro, o de cobrirem um período de tempo longo e significativo – do primeiro Getúlio Vargas até Juscelino Kubtschek. Mais digno de nota ainda é o fato de existir nesses filmes um enfoque muito particular, muito Zona da Mata, dos acontecimentos retratados e, principalmente, uma interpenetração quase ostensiva”. (Carlos Roberto de Souza)
Há dez anos, o vereador Flávio Cheker conquistava o tombamento municipal do Acervo Cinematográfico João Carriço, e desde então tem se empenhado em garantir o retorno do mesmo para Juiz de Fora, ou pelo menos a sua disponibilização para o público. Em requerimento aprovado pela Câmara nesta terça (17), e encaminhando ao Executivo, o parlamentar inquire sobre a possibilidade da Prefeitura abrir “crédito especial” ou rubrica adequada para a digitalização dos itens que compõem a coleção e posterior disponibilização para a população da cidade.
O Acervo João Carriço é composto por filmes que registram diferentes épocas de Juiz de Fora. Entre seus itens, há imagens raras de eventos, cenas do cotidiano local, além de comemorações cívicas e registros da presença de autoridades, como a visita de Getúlio Vargas à Fazenda São Mateus. A coleção deixou a cidade há quase 35 anos, quando foi levado para São Paulo para restauração. Hoje, está anexado ao conjunto de obras da Cinemateca Brasileira.
No requerimento, Cheker destaca a importância desta medida, que vai permitir a disponibilização destas imagens às cidadãs e cidadãos de Juiz de Fora e a pesquisadores e estudiosos de todo o país, dado o pioneirismo de Carriço no cinema nacional. “Além de poder-se resgatar neste acervo parte importante da memória da cidade, a digitalização destes itens permitirá não só a sua ampla consulta como também a realização de cópias e reproduções sem custo”, conclui.
Há muitos anos busco adquirir cópias dos filmes do Sr João Carriço sem lograr sucesso. Penso que a FUNALFA poderia mandar gravar em DVD esta preciosidade e vender para os milhares de interessados em rever nossa cidade no passado, onde, cognominada a ATENAS MINEIRA, MANCHESTER MINEIRA se constituía no orgulho das Minas Gerais.