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FALTA DE PROFISSIONAIS COMPROMETE PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
“Apesar de um ano e meio de governo, fica a impressão que o Prefeito acabou de assumir. Tudo ainda está por ser feito, nada imediatamente”, concluiu o vereador Flávio Cheker na audiência que convocou para discutir a situação do Programa Saúde da Família no município, após ouvir os dados apresentados pela Secretaria de Saúde.
A secretaria planeja criar 12 novas equipes do programa em 2010 e mais 22 até o fim da gestão, mas não tem previsão para a recomposição de profissionais. Hoje o Saúde da Família tem uma carência de 15 médicos, quatro enfermeiros, um auxiliar de enfermagem e 41 agentes de saúde.
O déficit foi apontado por várias lideranças locais como um problema que vem inviabilizando o programa. O conselheiro de saúde do bairro Retiro, Jorge Pinto, afirmou que a perda de um médico da família em dezembro levou ao fim das visitas domiciliares e do trabalho com os hipertensos. A agente de saúde do Linhares, Mariza de Souza, disse que a falta de médicos e enfermeiros impede atendimentos no bairro.
Apesar dos números apresentados e dos depoimentos, a subsecretária de Atenção Primária, Lucy Monteiro Meyer, afirma que a contratação de profissionais não deve ser a única preocupação. Ela aponta como primordiais também a construção e a recuperação de unidades de saúde, bem como a reestruturação dos processos de trabalho.
Cheker discorda das prioridades. “O que ouvimos da população hoje? Que faltam profissionais. E o que é oferecido? Concreto e aço. As medidas anunciadas são importantes sim, mas não adianta construir e não ter profissionais. Contratar pessoal é a pedra fundamental”, sentenciou.
O vereador também lamentou a ausência do secretário de Administração, cuja participação considerava fundamental para tratar de questões como remuneração. De acordo com dados apresentados pelo Sindicato dos Médicos de Juiz de Fora, o piso salarial do médico da família gira em torno de R$ 4 mil. O valor é inferior ao de diversas cidades mineiras, como Itabira, que paga R$ 10 mil, e Belo Horizonte, que oferece um salário de R$ 7,5 mil.
Para obter uma resposta sobre a contratação de profissionais substitutos, Flávio vai encaminhar um pedido de informação à Prefeitura. Ele promete também ficar atento aos editais.
