Após anos de luta dos movimentos ligados aos Direitos Humanos, Juiz de Fora está próxima de adotar métodos mais condizentes nas revistas nos presídios. De acordo com o jornal Hoje em Dia, a cidade deve receber até o final do ano dois aparelhos de body scanners, a serem instalados nas unidades prisionais José Edson Cavalieri e Professor Ariosvaldo Campos Pires.
Trata-se de uma antiga reivindicação do Fórum Permanente de Direitos Humanos de Juiz de Fora (FDH-JF), que em diversas oportunidades denunciou práticas abusivas de revista nas unidades prisionais. De acordo com um dos membros da entidade, Marcelo Frank, a utilização deste sensor “é o anseio de todos que reprovam as revistas vexatórias e o extremo constrangimento pelos quais passam as pessoas ao visitarem os seus nas unidades prisionais”.
O body scanner adquirido pelo Estado (e já em funcionamento na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem) é semelhante aquele instalado nos aeroportos. Trata-se de uma cabine que permite a detecção de tipo de entorpecente, armas, celulares e até mesmo explosivos plásticos, escondidas sob as roupas ou no interior do próprio corpo.
Para o vereador Flávio Cheker, membro do FDH-JF, a adoção deste aparelho vem em boa hora, ainda que tardiamente. “Há anos a sociedade civil cobra por práticas mais humanas nos presídios, mesmo nas revistas, que envolvem os familiares e amigos dos encarcerados. É preciso romper com a visão preconceituosa e as práticas degradantes ao mesmo tempo em que se deve evitar a entrada de objetos inapropriados nas unidades. O body scanner consegue conciliar os requisitos”, afirma.
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