“Não é um dia. Não é uma semana. Não são alguns meses. Não são alguns anos. São 42 anos! É uma vida inteira, que o casal trabalha, de forma voluntária, atuante e engajada em uma causa humanitária, que quase a totalidade da sociedade prefere não olhar: a assistência aos encarcerados.” Com estas palavras, o vereador Flávio Cheker prestou homenagem, no plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora, no dia 12 de fevereiro, ao casal Aparecido de Oliveira Vale e Lucília Alvarenga de Souza Vale, por dedicarem suas vidas a esse trabalho.
O casal (ele, com 82 anos, e ela, com 72 anos) trabalham, há 42 anos, com a Pastoral Carcerária. No início, atuavam na cadeia da rua Batista de Oliveira, passando, mais tarde, ao Presídio de Santa Terezinha, visitando os presidiários semanalmente, levando, além da palavra amiga, café e biscoitos. Hoje, a visita é quinzenal no Ceresp e, devido à superpopulação carcerária, o café foi substituído por material de higiene pessoal, desinfetantes e artigos do gênero. No Natal, eles organizam uma festa para os filhos dos presos e, também, participam de algumas celebrações religiosas realizadas no cárcere.
“Sem receber qualquer remuneração, aposentado dos Correios e Telégrafos, Sr. Aparecido é Vicentino e, em conjunto com sua esposa D. Lucília, faz de sua residência um ponto de apoio aos necessitados de auxílio material, espiritual e afetivo, onde têm sempre uma palavra de consolo, alimento, uma prece, e conforto a todos que os procuram. Pai de uma família numerosa (são 10 filhos e 13 netos), todos criados dentro da ética, da compaixão para com o próximo, é um belo exemplo para a nossa sociedade”, ressaltou o vereador.
Os homenageados, Sr. Aparecido e D. Lucília, têm por companheiros de ideal na Pastoral Carcerária: Padre Botti, Manoel Paixão (agente de Pastoral), Márcio Ferreira da Costa, Carlinhos de Linhares, Hylma Sena e Odete, compondo uma equipe que trabalha com desprendimento e idealismo para atender aos encarcerados, incansavelmente.
D. Lucília Vale, ao se pronunciar, afirmou: “Meu esposo e eu estamos recebendo um reconhecimento por termos feito de nossas vidas um Sim ao chamado do Criador para trabalharmos juntos aos presidiários, cumprindo um de seus Ensinamentos: “Estive preso e me visitastes”. Nós e muitas outras pessoas, assim como os Vicentinos que, silenciosamente, realizam este apostolado de dedicação, acreditamos que estamos cumprindo esta missão.”
Ela fez referência ao exemplo de Emérita Vale de Oliveira, mãe de Aparecido, que o conduziu à dedicação aos presidiários. Oficialmente, em dois de janeiro de 1965, Aparecido recebeu da Congregação Mariana o legado de assumir a Obra dos Encarcerados, que consiste em atender às necessidades, como: remédios, materiais de limpeza, de higiene pessoal, roupas, e, principalmente, a presença carinhosa e amiga, nos dias de visitas das unidades prisionais.
Tais ações motivaram Flávio Cheker a apresentar a Moção de Aplauso ao casal, ressaltando que tais cidadãos ensinam como cada um de nós também pode fazer a diferença, com amor e generosidade, buscando o bem da humanidade. E finalizou: “É um exemplo a ser seguido. É algo que nos encanta.”