“O amor é o principal instrumento da educação. Quem não ama seres inacabados não pode educar”. A frase de Paulo Freire, educador e patrono da educação brasileira, foi a escolhida como mote do evento promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), juntamente com a Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), para comemorar, nesta sexta-feira, 19, o Dia Nacional do Educador Social. Mais de cem educadores das unidades do Curumim; Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) Comunidade; Casa do Pequeno Artista; Centro de Convivência do Idoso; Programa Municipal de Atendimento a Adolescentes (Promad); Agente do Amanhã; Casa da Menina Artesã e Casa do Pequeno Jardineiro participaram da ação.
Durante o evento, o secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker, destacou a participação do educador social no melhoramento das condições sociais vulneráveis. “O dia de hoje está sendo comemorado da maneira mais adequada possível: promovendo discussões para mostrar o papel fundamental do educador social para a sociedade. É preciso que haja um aprofundamento no debate deste papel. Sabemos que é um trabalho importantíssimo para atingir a população em risco social, através da formação do caráter e dos valores de cidadania”, afirmou.
Com o objetivo de discutir recentes mudanças na atuação deste profissional no país, o diretor-presidente da Amac, João Batista da Silva, reafirmou a importância do trabalho do educador em programas sociais e defendeu a regulamentação da profissão. “Nós devemos muito ao trabalho magnífico de vocês (educadores) que, lamentavelmente, ainda não é regulamentado. Gostaria muito que, no próximo ano, quando estivermos celebrando novamente o Dia do Educador Social, possamos comemorar a regulamentação dessa profissão, porque vocês merecem”, disse.
O evento contou com uma homenagem ao educador Paulo Freire, realizada pela educadora social do Centro de Convivência do Idoso, Sônia Maria Saporetti, e um stand-up sobre a importância da profissão, a cargo do também educador social Júlio Phenix, do Curumim São Benedito. Na sequência, os profissionais assistiram a duas palestras de capacitação, que trataram sobre o trabalho intergeracional e sobre a educação social e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, respectivamente.
“Pela primeira vez, sentimos que fazemos parte de um grupo. Temos uma equipe muito boa, que desenvolve esse trabalho diariamente, e ter um dia específico é muito especial. É interessante observar que temos hoje educadores de todas as faixas etárias. Os novatos, que estão começando esse processo de educação social, têm muito a oferecer, e os que já estão nesse caminho também têm muita experiência para passar. Só temos a agradecer, porque é um dia especial para todos nós”, comemorou o coordenador do Curumim Olavo Costa, Álvaro Augusto de Freitas.
Ao final do evento, os educadores foram presenteados com mudas de plantas, produzidas pelos jovens da Casa do Pequeno Jardineiro.
A data
Os educadores sociais fundamentam sua prática educativa, sobretudo, no legado da educação popular, especialmente a desenvolvida a partir da década de 70, tomando por base a influência do educador Paulo Freire. Justamente por isso, o dia 19 de setembro, data de nascimento de Paulo Freire, foi instituído como o Dia Nacional do Educador Social, em março de 2008, visando a reconhecer a importância desses profissionais no combate à exclusão social no Brasil.
A profissão
Em janeiro de 2009, os educadores e educadoras sociais obtiveram a mais importante conquista, até o momento, no processo de reconhecimento social e profissional e no fortalecimento da identidade trabalhista. Eles foram incluídos na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho e Emprego. A profissão está para ser regulamentada, por meio do projeto de lei nº 5346/2009, que tramita na Câmara dos Deputados.
Segundo a resolução do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) nº 01/2013, o trabalho do educador social deve ser organizado em percursos de forma a estimular as trocas culturais e a partilha de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, e fortalecer os vínculos familiares, sempre sob a perspectiva de incentivar a socialização e a convivência familiar e comunitária.