Todo mundo tem “Algo em (In)Comum” para compartilhar: foi a grande descoberta da manhã desta segunda-feira, 21. No dia em que é celebrada nacionalmente a luta da pessoa com deficiência, o prefeito Bruno Siqueira e o secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker, estiveram numa roda de bate-papo com pessoas com deficiência e seus familiares, na sede do Departamento de Políticas para a Pessoa com Deficiência (DPCDH) da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS). Os técnicos das secretarias de Saúde, Alfeu Gomes, de Desenvolvimento Econômico, Leila Abrahão, de Educação, Isabel Campos e do presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Harrison Nassar.
Durante duas horas, no meio da roda, o dado foi lançado. As faces representavam os temas: 1 – Trabalho, 2- Educação, 3-Saúde, 4-Acessibilidade, 5-Cidadania e 6- Liberdade. A dinâmica consiste em usar memórias de experiências relacionadas ao tema sorteado e ouvir problemas e soluções comuns dos participantes. A chefe do departamento, Thais Altomar, e as supervisoras Ana Paula Machado e Giane Elisa Salles mediaram a conversa. A intérprete Andressa da Silva fez a tradução simultânea para Libras.
Margarida, mãe de Letícia, que tem deficiência motora e intelectual leve e cursa o último ano do ensino médio, quer realizar o sonho da filha de entrar na faculdade. A mãe da Gabriene, que é surda e cursa Administração numa faculdade particular, quer que a filha tenha o acompanhamento do intérprete em sala de aula, conforme prevê a lei. O Jorge também é surdo e já concluiu a faculdade de Arquitetura. Ele conta como foi a luta para conseguir prestar vestibular e se formar numa faculdade particular, quando conquistou o direito pelo acompanhamento do profissional de Libras.
José Wilson é cadeirante. Quis pegar um táxi, mas o taxista se negou a levá-lo por causa da cadeira, que podia arranhar o porta-malas. Quis comprar uma televisão e a loja, a única que tinha rampa de entrada, não tinha acessibilidade para o segundo andar, onde se concretizava o pagamento. Ele já tomou cafezinho na porta da padaria por falta de rampa de acesso. Hoje, depois de tomar café com o dono e falar sobre essa necessidade, pode usufruir do espaço comum no estabelecimento. A academia onde ele malha tem rampa, banheiro adaptado e espaço entre os aparelhos. O Felipe, cadeirante, 24 anos, é educador físico, e a academia onde ele treina ainda não oferece acessibilidade completa. Ele não desanima, aceita um pouco de ajuda para o acesso e parte para as atividades.
A cada tema, o bate-papo apontava novas possibilidades. Do prefeito Bruno, vieram ideias com visão de gestor. “Vim muito mais para escutar do que para falar. Temos que ter a sensibilidade de ouvir para saber do que o outro precisa, para ter uma cidade mais inclusiva. É até uma questão de visão, não só do poder público, mas também dos empresários. A pessoa com deficiência também compra, consome, estuda. Gera uma mídia positiva, e os outros estabelecimentos não vão querer ficar para trás”.
Para o secretário Flávio Cheker, o diálogo aberto foi o diferencial do momento. “É exatamente isso que as pessoas querem, alguém que as escute, que mostre interesse sobre as suas necessidades. É assim que avançamos na busca e construção de objetivos e na sensibilização da sociedade pela inclusão da pessoa com deficiência”, finalizou.
FOTO: Gil Velloso
* Informações com a Assessoria de Comunicação da SDS pelo telefone 3690-8314