Já lá se vão 53 anos da inauguração do Cine Excelsior, exatamente com a grande produção Tarde demais para esquecer, filme que emocionou plateias em todo o mundo.
Desativado desde 1994, o Excelsior, no entanto, parece ter sido esquecido pelo Poder Público, apesar das incessantes solicitações do vereador Flávio Cheker pela manutenção do espaço, seja através de tombamento ou através de declaração de interesse cultural.
Há poucos dias, a retirada das centenas de poltronas do cinema reacendeu o debate pela preservação do espaço na sociedade juiz-forana. Em reuniões e nas redes sociais, diferentes grupos de cidadãs e cidadãos mais uma vez articulam formas de preservar o local, que agora sofre a ameaça de se transformar em um estacionamento.
Somando-se a estas últimas manifestações, o vereador Flávio Cheker cobrou, na reunião ordinária de segunda (28), e nas reuniões posteriores, que a Prefeitura responda o requerimento apresentado em março sobre o Cine Excelsior. O expediente indaga sobre o andamento do processo de declaração de interesse cultural do espaço. A análise da proposta é realizada pelo Comppac, Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, mas até hoje não foi dada nenhuma resposta ao vereador.
Cheker lembrou ainda que de acordo com a legislação vigente, uma vez que o processo de declaração de interesse cultural tenha sido iniciado, o bem fica imediatamente preservado, sendo proibida qualquer descaracterização, como a retirada das poltronas. Contudo, é necessário que a abertura do processo seja aprovada para que a preservação do Cine Excelsior seja garantida.
A preservação do Cine Excelsior também está sendo analisada pelo Ministério Público, a partir da solicitação de cidadãos juiz-foranos. Parte da documentação apresentada ao MP foi retirada de um dossiê sobre o Excelsior, elaborado ao longo dos anos pelo vereador Flávio Cheker. Além disso, a Presidência da Câmara Municipal encaminhou ontem um pedido formal para que o requerimento de Cheker — dentre outros protocolados –seja imediatamente respondido. Segundo a Lei Orgânica do Município, a Prefeitura tem um prazo legal de 15 dias para responder tais expedientes, ou solicitar prorrogação por até no máximo 60 dias. No entanto, neste caso, a data limite para a resposta venceu há mais de seis meses, no dia 17 de novembro. Será que a Prefeitura esqueceu? Mas Cheker e a cidade não. E cobram providências imediatas ao Poder Público.