Em 1998, a interseção que liga a BR-040 com a avenida Deusdeth Salgado, popularmente conhecida como “Trevo do Salvaterra”, passou a se chamar Trevo Arlindo Daibert. Isto se deu a partir de Projeto de Lei do vereador Flávio Cheker, que buscou homenagear o grande artista plástico juiz-forano, internacionalmente conhecido por suas obras inspiradas no regionalismo brasileiro. No entanto, mais de catorze anos depois, pouquíssimas pessoas da cidade conhecem esta denominação.
Visando corrigir isto e valorizar o espaço, e a partir de uma visita e sugestão da irmã do artista, Eveline Daibert — que lembra que, este ano, Arlindo completaria 60 anos, e no ano que vem, completam-se 20 anos de sua morte– , o vereador Flávio Cheker apresentou na sessão plenária da manhã de hoje Pedido de Informação ao Executivo. No mesmo, o parlamentar inquire sobre se há intenção da Prefeitura em efetivar ações para dar ciência à população sobre o nome correto do Trevo. Ele ainda pergunta se há projetos para a colocação de um marco alusivo ao homenageado no local e, em caso negativo, se há possibilidade de se pensar conjuntamente nesta proposta, incluindo instituições parceiras para a elaboração do mesmo. Cheker pensa sobretudo na UFJF, onde Arlindo foi professor.
De acordo com o vereador Flávio Cheker, a medida vai além da mera divulgação do nome correto do logradouro público. “Vemos na proposta uma forma de se melhorar o “rosto” da urbe, que ganha proporções mais significativas nesse caso, à medida que se trata da principal entrada da cidade, nosso ‘cartão de visita’ para aqueles que aqui chegam. Mais do que isso, trata-se de um meio de fortalecer nossa identidade com Juiz de Fora, agora através da preservação da memória e legado deste importante juiz-forano”.
Eveline Daibert diz que a medida é uma forma de a cidade conhecer e fazer jus ao trabalho feito por ele. “Trata-se de algo para retomar esta memória, mas queremos ir além, inclusive propondo um concurso para eleger uma obra em homenagem a ele no trevo”.
Arlindo Daibert foi um dos artistas mais significativos da arte contemporânea brasileira. Nasceu em Juiz de Fora, em 1952. Apesar de formado em Letras, destacou-se como artista plástico e ilustrador, trabalhando em obras como Macunaíma (Mário de Andrade) e Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll). Foi ainda parceiro da obra de Guimarães Rosa. Participou de diversas exposições coletivas e recebeu inúmeros prêmios. Em 1974, ganhou o prêmio Ambassade de France, projetando seu nome internacionalmente. Faleceu em 1993, em São Paulo, com apenas 41 anos de idade.
Grande iniciativa..se precisar da gente pra afirmar essa idéia…arlindo morou no granbery e posso pedir apoio da comunidade!!!