Um ano após o maior incêndio da história da cidade, segue inalterado o quadro de despreparo e insegurança para este tipo de ocorrência. De acordo com reportagem publicada recentemente pela Tribuna de Minas, menos da metade dos estabelecimentos vistoriados pelos Bombeiros possui algum tipo de irregularidade, sendo a ausência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) a principal delas.
Em dezembro do ano passado, poucas semanas após o incêndio, o vereador Flávio Cheker fez realizar Audiência Pública na Câmara para discutir a estrutura de Juiz de Fora para a prevenção e o combate a incêndios. À época, números do Corpo de Bombeiros davam conta que a minoria dos estabelecimentos da cidade possuía AVCB. De acordo com os dados, das 1432 lojas existentes no polígono vermelho – região definida pela interseção das avenidas Barão de Rio Branco, Itamar Franco, Francisco Bernardino e Benjamin Constant –, somente 46 possuíam o documento.
Para o vereador Flávio Cheker, a reportagem publicada deve servir de alerta por duas razões. Primeiro, ela demonstra que mesmo o incêndio de grandes proporções do ano passado não conseguiu sensibilizar os lojistas a readaptarem seus empreendimentos, em conformidade com as normas mínimas de segurança requerida. “Por outro lado, apesar do inestimável trabalho realizado, fica claro mais uma vez que o Corpo de Bombeiros tem atualmente um reduzido e aguerrido quadro de militares. Como resultado, apenas um terço das lojas foram fiscalizadas desde o incêndio”. De acordo com a publicação, há somente 25 bombeiros destacados para as inspeções.
Para Cheker, o apelo de dezembro do ano passado continua mais do que válido. “Sempre há tempo para medidas de prevenção. Não é necessário que a cidade coloque a vida de seus cidadãos e cidadãs em risco. De nossa parte, continuaremos a cobrar que o Poder Público tome as medidas necessárias, inclusive orientando e auxiliando os lojistas na adequação aos requisitos de segurança”.