A preservação da memória do médico e pensador juizforano Antônio da Silva Mello orienta uma série de expedientes apresentadas pelo vereador Flávio Cheker nesta quarta-feira. São ao todo três documentos, que inquirem sobre a situação do “Acervo Silva Mello”, atualmente sobre responsabilidade da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora.
Cheker busca saber qual o estado das peças que constituem o acervo e como e onde estas têm sido guardadas. Segundo informações, estes itens estariam encaixotados e se deteriorando em um dos andares do prédio da Funalfa e em um depósito em um bairro da cidade. Eles compreenderiam a biblioteca do autor (de mais de seis mil volumes), fotografias, chapas e filmes, além do mobiliário pertencente a Silva Mello, como cristais, porcelanas, adornos e quadros. Parte destes itens se encontram no Museu Mariano Procópio.
Segundo o vereador, é importante que a cidade debata a importância da preservação deste acervo e a relevância de Silva Mello para Juiz de Fora. Por isso, também apresentou proposta de Audiência Pública para o tema. Estão inicialmente convocados o Superintendente da FUNALFA, Toninho Dutra, o Secretário de Administração da Prefeitura, Vítor Valverde, e convidados os membros do COMPACC, a Pró-Reitoria da Cultura da UFJF e o Conselho Municipal de Cultura.
Silva Mello é considerado um dos principais pensadores brasileiros do início do século XX. Nascido e criado em Juiz de Fora, concluiu os estudos de Medicina na Alemanha, residindo durante o restante de sua vida no Rio de Janeiro. Mesmo longe, manteve acesa a memória e o carinho pela cidade natal. Profissionalmente, manteve uma concepção abrangente e humanista do saber médico. Trouxe para o país especialidades até então ausentes, como gastroenterologia e escreveu sobre assuntos diversos, como alimentação e psicanálise. Foi também membro da Academia Brasileira de Letras.