Após 18 anos de luta, uma prova evidente de que a mobilização pela recuperação pelo Cine Excelsior permanece fortalecida. Audiência Pública realizada nesta segunda (23) reafirmou decisivamente a importância do espaço para Juiz de Fora e demonstrou que, hoje, a preservação da sala depende em especial do Comppac (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural) e Prefeitura de Juiz de Fora.
De acordo com o vereador Flávio Cheker, que pela terceira vez traz o debate para a Câmara na forma de Audiência Pública, o encontro deixou claro que há hoje na cidade dois lados: aqueles que reconhecem o Cine Excelsior como patrimônio cultural de Juiz de Fora, símbolo de pertencimento e memória viva de sua história, e aqueles só agem pelas forças do “progresso”, da “evolução”, do capital, doa a quem doer.
Cheker destacou que a realização desta Audiência é sobretudo reflexo da mobilização da sociedade juizforana pelo Cine Excelsior. “Buscamos aqui uma forma de não deixar morrer um pouco da história de Juiz de Fora”, disse. Ainda de acordo com o parlamentar, a reativação da sala não deve implicar em prejuízos para os proprietários. “O que se procura é fazer com que o Excelsior volte a ser um local para a cultura e a arte. E ressaltamos que é possível que sua exploração seja economicamente sustentável como atividade comercial”.
As diversas manifestações realizadas durante a Audiência ressaltaram a relevância do Excelsior para Juiz de Fora. Para o membro do Coletivo Sem Paredes, Gian Martins, o espaço é importante não só por ser um patrimônio material, dada sua arquitetura e decoração únicas, mas também imaterial, na medida em que esta é uma das principais salas de cinema de Minas Gerais e do Brasil. Gian ainda lembrou que a sala pode cumprir um papel de disseminação de cultura, de compartilhamento e de felicidade para cidadãs e cidadãos.
Diversas manifestações protestaram ainda contra a possibilidade de a sala se transformar em um estacionamento. De acordo com o síndico do prédio onde se localiza o Excelsior, esta alternativa significaria um grande transtorno para o tráfego do centro da cidade, dada a proximidade do espaço do cruzamento da Avenida Barão do Rio Branco e Rua Floriano Peixoto. Além disso, as obras podem abalar as estruturas do edifício.
Sobre o tema, o Executivo Municipal, representado pela secretária de Atividades Urbanas, Graziela Marques, apenas disse que a Prefeitura tem procurado agir em conformidade com a legislação, e que as autorizações expedidas para as reformas realizadas até agora respeitavam o código legal. Já o superintendente da Funalfa, Toninho Dutra, disse que a entidade está sensível à mobilização, mas disse que somente o Comppac poderá definir o tombamento ou não do espaço.
Na opinião do vereador Flávio Cheker, é fundamental que o Comppac aprecie o quanto antes o projeto que hoje tramita no conselho e requer o tombamento do espaço. Ele lembra que tanto o tombamento como a declaração de interesse cultural são instrumentos legais e viáveis para tanto, inclusive impedindo que qualquer tipo de intervenção que modifique a estrutura seja ali realizada, durante a tramitação da proposição. Cheker também lembra que o processo deve ser analisado ao máximo junto à sociedade, devendo o Conselho sensibilizar-se pelos interesses e desejos desta.
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