A doação de paletas de madeira pelos Correios vai contribuir para a implementação de um projeto de trabalho para acautelados na Penitenciária Edson Cavalieri, em Juiz de Fora. Após intermediação realizada pelo vereador Flávio Cheker, o gerente regional dos Correios, Sérgio Sacramento, se comprometeu a liberar descartes de madeira que acondicionam cargas postais, recebidos na cidade. Eles serão utilizados para a construção de caixas de abelhas, utilizados na produção de mel.
O projeto é da Apijur, e vem recebendo o apoio do vereador Flávio Cheker, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Juiz de Fora, e do Fórum-DH (Fórum Permanente de Direitos Humanos de Juiz de Fora). De acordo com o coordenador da proposta, Antônio Neves de Campos, pretende-se utilizar a mão-de-obra dos acautelados para a construção de 200 caixas de abelha por mês. Com a doação dos descartes de madeira pelos Correios, a previsão é de que os custos de cada caixa reduzam substancialmente.
A proposta prevê inicialmente o uso da mão-de-obra de oito encarcerados da Penitenciária Edson Cavalieri. Em contrapartida, estes recebem aprendizado de ocupação profissional, bem como têm direito à redução de pena (um dia para cada três trabalhados), e o pagamento de um salário, que fica retido em uma conta até que o acautelado cumpra sua pena. Os trabalhos são realizados na própria marcenaria da unidade prisional.
De acordo com Antônio, cada caixa de abelha é capaz de produzir 20 quilos de mel por ano. Caso venda apenas para as escolas, um produtor pode receber cerca de R$ 9 mil por ano. O restante da produção pode ser direcionada ainda para entrepostos ou mesmo exportação, gerando renda de mais R$ 11 mil em média. Ele participou recentemente de um encontro em Buenos Aires, e voltou imprenssionado com a imensa demanda por exportação do mel produzido no Brasil
Para o vereador Flávio Cheker, a proposta é importante pois serve de exemplo para que outras empresas e iniciativas invistam na utilização da mão-de-obra de encarcerados. “Trata-se de uma verdadeira medida de socialização, pois permite que o acautelado adquira uma profissão e destine recursos para sua família. Este tipo de projeto vem ganhando apoio em diversas cidades, e é incentivada pelo Governo Federal e Supremo Tribunal Federal, sendo importante trazê-lo para Juiz de Fora”, afirma.
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