Com o objetivo de incentivar a socialização e a capacitação profissional dos encarcerados da penitenciária José Edson Cavalieri, o vereador Flávio Cheker tem buscado apoio para o projeto da Apijur (Associação dos Apicultores de Juiz de Fora) para a contratação da mão-de-obra dos acautelados para a confecção das caixas que servem à produção de mel.
Trata-se de uma modalidade de cumprimento da pena, já utilizada nas unidades prisionais, em que o trabalho ocupa papel fundamental e que traz inúmeros benefícios para o encarcerado. Além do aprendizado de uma ocupação profissional, ele ainda tem direito à redução de pena (um dia para cada três trabalhados), bem como o pagamento de um salário, que fica retido em uma conta até que o acautelado cumpra sua pena. Além disso, parte vai para a família e parte para o Estado, para custeio da pena.
Pela proposta, a Apicur investiria R$ 10 por cada caixa confeccionada, recurso empregado pela penitenciária para a manutenção das atividades e dos benefícios dos encarcerados. Contudo, a associação tem encontrado dificuldade de conseguir o capital inicial para o começo das atividades. Por isso, com a ajuda do vereador, a associação tem feito contato com diversas entidades, em busca não apenas de recursos, mas também de material para a produção das caixas.
Na manhã desta terça-feira, e ao lado do idealizador da proposta, Antônio Neves de Campos, o vereador reuniu-se com o responsável pelo programa de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil, Fernando Menezes. Todos concordaram sobre a importância de encaminhar o projeto à Fundação Banco do Brasil, para obtenção de recursos que permitam a instalação completa do empreendimento. Por outro lado, eles irão procurar na iniciativa privada possíveis doadores do material das caixas.
Segundo o vereador Flávio Cheker, que preside a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara, é extremamente importante que a sociedade volte seus olhos para os encarcerados. “A situação de encarceramento de uma pessoa não deve significar um afastamento do olhar do cidadão livre. Ao contrário, o encarcerado continua possuindo direitos, dentre os quais o de adquirir uma ocupação, trabalhar. E também acaba sendo uma atitude de autodefesa da sociedade”. Segundo ele, o poder público e a iniciativa privada têm muito a colaborar com esta modalidade de reinserção do acautelado. “Pequenas contribuições, de materiais ou capital, vão ser decisivas para que este importante projeto possa começar”.