Um forte apelo por políticas públicas de fomento à economia solidária marcou a audiência convocada pelo vereador Flávio Cheker, a pedido da Caritas Arquidiocesana e do movimento de economia solidária, para discutir o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, “Economia e Vida: vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. Vislumbrando o modelo como a alternativa para que a economia esteja a serviço dos seres humanos e não do capital, representantes de diversas entidades solicitaram às autoridades presentes a adoção de medidas concretas para incentivar o desenvolvimento de empreendimentos solidários.
A presidente da Associação do Movimento de Economia Solidária de Juiz de Fora, Sônia Rocha, lamentou a ausência de um órgão municipal destinado ao assessoramento dos empreendedores solidários, apesar da existência do movimento na cidade há 12 anos e do significativo número de empregos gerado pelo setor. O representante da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop) da UFJF, Petrônio Barros, afirmou que hoje um dos maiores desafios para a sobrevivência do projeto é justamente a ausência de ações regulares do governo federal.
Foram também cobrados na audiência retornos de iniciativas sociais que aguardam resposta do Executivo municipal. Lembrando que em 2009 foi encaminhada à Prefeitura uma minuta contendo diretrizes para a elaboração do marco legal da economia solidária, a coordenadora de empreendimentos solidários de Juiz de Fora e região, Maria Goretti Simões, reiterou o pedido de abertura de diálogo. Já a presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (COMSEA), Bettina Koyro, cobrou uma posição da Prefeitura quanto à proposta de lei para a criação do Sistema Municipal de Segurança Alimentar (SISAN), que faz referências à economia solidária. O documento foi encaminhado ao governo municipal em novembro do ano passado.
As solicitações foram corroboradas por Cheker. Reconhecendo os avanços já registrados até o momento, o vereador afirmou que as iniciativas podem ser potencializadas pela intervenção do poder público. Como exemplo, citou o caso da Associação Municipal de Catadores de Materiais Recicláveis de Juiz de Fora (ASCAJUF), que vem enfrentando problemas estruturais para seu funcionamento. Flávio também mencionou questões relacionadas ao restaurante popular cuja definição pode trazer contribuições para a economia popular, como a criação do SISAN e a escolha do modelo de gestão que será aplicado ao equipamento de segurança alimentar.