Preservar a memória cultural de Juiz de Fora. Movido por este objetivo, o vereador Flávio Cheker encaminhou à Prefeitura pedido de informação solicitando esclarecimentos quanto à participação do Executivo na manutenção da Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras. Cheker almeja saber se a atual administração pretende remover a instituição de seu local e se dispõe de algum projeto que auxilie em sua manutenção.
O pedido de informação expressa a preocupação da entidade. Segundo representantes da Antônio Parreiras, a Prefeitura tem a intenção de retirá-la do prédio da Praça da Estação, no qual funciona há mais de 10 anos.
A medida é vista com apreensão. A Antônio Parreiras se mantém com os cursos que ministra. A localização no centro de Juiz de Fora favorece sua atividade. Dependendo do novo endereço, a procura pelos cursos pode ser prejudicada, comprometendo a sobrevivência financeira da instituição.
Fundada em 1934, a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras é um espaço dedicado ao estudo e à difusão das artes plásticas, que assumiu grande relevância no cenário cultural de Juiz de Fora. De 1950 a meados da década de 60, ela foi a única instituição a proporcionar o ensino e a promover exposições sistemáticas no âmbito da quinta arte no município. Hoje, ela se destaca por ter contribuído para a formação de artistas ilustres da cidade, como o pintor Dnar Rocha e a família Bracher.
Constante na trajetória de Cheker, a preocupação com a memória histórica do município também se expressa em um recente projeto de lei. Para resgatar o pioneirismo da cidade na instalação da iluminação pública e inscrevê-lo na memória dos juizforanos, o vereador propõe a instituição do Dia da Primeira Iluminação Pública Hidroelétrica da América do Sul. A data, prevista para ser comemorada em 5 de setembro, relembra a construção da usina hidrelétrica Marmelos-0, por Bernardo Mascarenhas.
“O reconhecimento da figura de Bernardo Mascarenhas, que outrora ficou conhecido como Mauá de Minas, faz jus ao seu grande feito, que infelizmente se encontra esquecido nos anais de nossa história. É um marco que devemos ao pioneiro da indústria têxtil no estado de Minas Gerais”, justifica Cheker.
A usina de Marmelos está completando 120 anos de existência. Ela foi construída em 1888, com o propósito de acionar as máquinas da fábrica de Tecidos Bernardo Mascarenhas e substituir os lampiões de querosene pela iluminação pública.