As obras de infra-estrutura do condomínio residencial que está sendo construído próximo ao Morro do Alemão vêm causando preocupações aos moradores da região, que, em audiência realizada pelo vereador Flávio Cheker, no dia 19 de maio, fizeram graves denúncias, dando novo alerta de que o passivo ambiental ainda não foi totalmente recuperado e que já apresenta reinício do processo de voçorocas.
Lideranças comunitárias dos bairros Borboleta, São Pedro, Carlos Chagas, Democrata, Mariano Procópio e Jardim Cachoeira questionaram a falta de licenciamento ambiental das obras no loteamento e, segundo a Agenda-JF, o mesmo ainda não está concluído, tendo informado que foi deferida licença apenas para movimentação de terras e não para construções no local.
A audiência convocada por Cheker abordou, também, questões relacionadas à captação das águas pluviais, à implantação da rede de esgoto e ao tráfego de veículos, cuja demanda prevista não vem sendo planejada na proporção do crescimento populacional verificado na região.
Durante o encontro, representante da Cesama informou que o empreendedor fez apenas uma consulta prévia sobre disponibilidade de água e ponto de escoamento de esgoto, o qual terá todos os resíduos direcionados ao Córrego São Pedro, que está no limite e não comporta mais nada. A declaração já havia sido detectada pelos moradores dos bairros mais baixos, que sofrem com constantes alagamentos, em suas residências, decorrentes de assoreamento e falta de infra-estrutura urbana e hídrica na área.
Para Flávio, o crescimento populacional desordenado e sem planejamento pode agravar, ainda mais, o problema das inundações. “Não podemos permitir que primeiro se construa para depois conviver com as conseqüências. Além disto, moradores relataram que o nível dos córregos que cortam os bairros subiu significativamente com as chuvas no último verão”, ressaltou.
Cheker propôs vistoria urgente na área, com a presença de representantes da Câmara, de técnicos da Prefeitura e de entidades da comunidade. Se necessário, o vereador vai convocar outra audiência pública para abordagem do problema. Ele lembrou que a permuta para repasse da área para uma empresa privada em troca de um galpão da Prefeitura, em São Benedito, foi condicionada à sua recuperação ambiental. “A Prefeitura não fez a sua parte, ou seja, a drenagem da área, razão pela qual as voçorocas estão retornando,” alertou.
“Conhecemos a realidade do local, que acompanhamos, há mais de 15 anos, e a questão é saber se existe infra-estrutura adequada para suportar a demanda”, ressaltou o vereador, que dará encaminhamento às sugestões apresentadas na audiência.