Juiz de Fora deu mais um passo rumo à inclusão social e continua avançando na proposta da acessibilidade para cidadãos com deficiência. Na manhã desta sexta-feira, 11, o prefeito Bruno Siqueira entregou os certificados à primeira turma do curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) oferecido a servidores, funcionários e estagiários da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). O projeto da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) visa a qualificar o atendimento à pessoa com surdez ou alguma deficiência auditiva nas secretarias e unidades da PJF. A solenidade ocorreu na sala de reuniões do gabinete do prefeito (Avenida Brasil, 2001, 9° andar).
O curso foi iniciado em março e formou 17 alunos no módulo básico de Libras. Durante a entrega dos certificados, o prefeito enalteceu a disposição dos funcionários em se qualificar para oferecer o melhor atendimento possível aos cidadãos. “A Língua de Sinais é uma forma fundamental de comunicação com o público que a utiliza, e o poder público disponibilizar este atendimento inclusivo é praticar a acessibilidade que queremos”, defendeu. “Porém, muito mais que uma ação da PJF, essa é uma iniciativa de vocês, que servirá de exemplo para outros servidores. Não daríamos esse passo tão importante se não fosse por vocês”, concluiu, dirigindo-se aos alunos do curso.
A primeira turma foi formada por profissionais da assistência social, incluindo unidades e departamentos da SDS, o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e o Espaço Cidadão. “O objetivo do nosso projeto é que todos os pontos de atendimento ao cidadão tenham, minimamente, a capacidade de atender com dignidade as pessoas com deficiência auditiva. Estes são só os primeiros passos, é uma iniciativa que veio para ficar”, assegurou o secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker.
Atendimento qualificado
“É importante entender que acessibilidade vai muito além de rampas. A acessibilidade na comunicação é essencial ao atendimento ao público”. As palavras da chefe do Departamento de Políticas para a Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos (DPCDH) da SDS, Thais Altomar, sintetizam o alcance da iniciativa. Além de formar a primeira turma no módulo básico do curso de Libras, o projeto já está com duas outras turmas em andamento. A segunda é direcionada a agentes comunitários de saúde, e a terceira é aberta a todas as secretarias da PJF, e conta com alunos oriundos da Câmara Municipal e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Ações como essa mostram a sensibilidade da PJF para com o cidadão juiz-forano. O grande benefício é ver o efeito multiplicador que este projeto pode ter para a população”, afirmou o presidente da Câmara, vereador Rodrigo Mattos.
A capacitação já se reflete nos serviços prestados pela SDS e outras unidades da PJF. “Já consigo garantir a comunicação e a acolhida ao usuário através da língua de sinais. A grande marca do curso é a qualificação do atendimento. Não é somente o fato de se comunicar, mas também entender e saber se relacionar com a pessoa com surdez. Minha intenção é continuar aprofundando e participar do módulo intermediário”, disse a assistente do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Nordeste Grama, Gláucia Lopes de Oliveira. A sequência da capacitação está garantida.
Leia Pereira dos Santos também foi aluna da primeira turma do curso de Libras. Ela é recepcionista no Espaço Cidadão, que trabalha com um fluxo intenso de atendimentos. “O curso fez uma grande diferença. Antes, um deficiente auditivo chegava e a gente ficava perdido. Agora, até eles se sentem mais à vontade conosco, e o trabalho se desenvolve com mais facilidade. Como profissional, sinto-me totalmente renovada e não pretendo parar com as aulas”, relatou.
Inclusão Social
O curso de Libras é mais uma iniciativa da PJF, através da SDS, que coloca a acessibilidade e inclusão social na pauta da gestão. Além da capacitação aos servidores, o Departamento de Políticas para a Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos (DPCDH) executa projetos como o “Algo em Comum”, que reúne pessoas com deficiência e seus familiares para oficinas e trocas de experiências, e o “Ciranda Cidadã”, projeto que abrange capacitação pedagógica a funcionários de diversas pastas da PJF e ações sociais acerca das questões de igualdade racial e de gênero, entre outros temas dos Direitos Humanos.
Já um marco de gestão foi a adesão, feita pela PJF em junho deste ano, ao “Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite”, o que colocou Juiz de Fora como uma das primeiras cidades não capitais do país a se comprometer com a garantia da cidadania plena a pessoas com deficiência.
* Informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Social, pelo telefone 3690-8314.