Educadores e profissionais de diversos equipamentos da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) participaram, na manhã desta sexta-feira, 3, de uma palestra sobre os impasses do racismo e a luta por direitos da população negra. O encontro foi ministrado pelo coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, José Marmo da Silva, e faz parte do curso de capacitação “Diversidades na Roda”. Os técnicos, educadores e assistentes sociais trabalharão, até dezembro, questões como a autoestima dos jovens e a valorização de características étnicas e corporais de cada indivíduo.
De acordo com José Marmo da Silva, o objetivo da palestra foi desconstruir o imaginário por trás das formas em que o racismo se manifesta na sociedade. “Procurei mostrar como determinados preconceitos geram obstáculos na vida da população negra. Devemos lutar contra o racismo institucionalizado e colocar a população negra em seu devido lugar, como uma gerente da sociedade”, explicou.
Em sua exposição, da Silva mostrou as diferentes formas em que o preconceito racial se denuncia, inclusive nos serviços públicos. Para ele, capacitar agentes públicos para lidar com esse problema é um ponto crucial na promoção dos direitos humanos. “Acho esse curso uma experiência extremamente exitosa. Este trabalho realizado pela Prefeitura com seus educadores tem um grande potencial de gerar ações mais inclusivas para os usuários de seus serviços. A capacitação busca elaborar ferramentas pedagógicas que vão impactar diretamente na autoestima das crianças e dos adolescentes, contribuindo para o desenvolvimento da cidadania e das potencialidades delas”, finalizou.
“Diversidades na Roda”
O curso “Diversidades na Roda” surgiu de uma demanda do trabalho executado nas unidades da SDS que atendem crianças e adolescentes, onde 76% dos atendidos se autodeclararam de etnia negra. Através de um diagnóstico, realizado entre 2013 e 2014, a gestão identificou que permaneciam obstáculos que prejudicavam o desenvolvimento pleno desta juventude, como autoestima negativa, insatisfação com as formas corporais e alta influência da mídia na forma de lidar com estes aspectos físicos. Até dezembro, os educadores sociais participarão de módulos que discutirão questões como estigma, preconceito e relações de gênero, além de formas pedagógicas de aplicar o conhecimento no cotidiano de trabalho nas unidades.
* Informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Social, pelo telefone 3690-8314.